Nos últimos dias, o rapper e produtor americano Sean "Diddy" Combs voltou ao centro dos holofotes após seu nome ser envolvido em graves acusações de abuso, tráfico sexual e coerção. Embora sua defesa alegue que ele está sendo julgado por conta de seu "estilo de vida sexual fora dos padrões", a verdade é que as acusações vão muito além da liberdade consensual: envolvem coerção, ameaças, uso de substâncias, violência e abuso de poder.
Porque ele nos obriga a refletir sobre um ponto essencial:
Liberdade sem consentimento é crime.
Quem não vive o meio liberal de dentro pode olhar de fora e imaginar um ambiente onde "vale tudo". Mas quem está aqui com responsabilidade, sabe que o que sustenta esse estilo de vida é o consentimento claro, a segurança e a autonomia real de cada pessoa envolvida.
Práticas como swing, BDSM, não-monogamia e relações abertas são formas de expressão e experiência sexual construídas com diálogo, respeito e limites muito bem definidos.
O que Diddy enfrenta não é um julgamento por fazer sexo a três ou por gostar de fetiches. É um julgamento por possivelmente forçar pessoas a fazerem o que não queriam, sob pressão, dependência ou medo. Isso não tem nada a ver com o meio liberal. Tem a ver com abuso.
Uma das maiores confusões que ainda existem sobre consentimento é achar que basta um "sim" para estar tudo certo. Mas um consentimento válido é:
Livre de pressão, chantagem, medo ou manipulação;
Esclarecido: todos sabem do que se trata;
Reversível: pode ser retirado a qualquer momento;
Específico: vale apenas para aquela situação acordada.
No meio liberal, consentimento é a base de tudo. Sem isso, não há liberdade. Há risco, trauma e injustiça.
Porque queremos um meio mais seguro, saudável e maduro. Onde todos possam viver suas fantasias e desejos com leveza e respeito. Casos como o de Diddy mancham a ideia de liberdade porque usam esse discurso como escudo para violências inaceitáveis.
Por isso, é essencial que quem vive (ou deseja viver) esse estilo de vida entenda a diferença entre o que é acordo e o que é abuso, entre o que é desejo e o que é imposição.
Se você vive ou quer entrar no meio liberal, leve essas ideias com você:
Converse sempre antes, durante e depois de cada experiência.
Não pressione seu(sua) parceiro(a) ou outros envolvidos.
Respeite sinais de desconforto, mesmo sem palavras.
Informe-se. Estude sobre o estilo de vida e sobre limites.
Esteja disposto a ouvir não.
Nós defendemos uma vida liberal que seja livre, consciente e consensual. Repudiamos qualquer uso do discurso da liberdade para acobertar abusos.
Somos a favor da exploração do desejo com amor, cuidado e coragem. Porque prazer sem respeito não é prazer: é poder mal usado.
💭 E você? Já viveu ou presenciou situações em que a linha entre fetiche e abuso foi cruzada? Vamos conversar nos comentários.
Seu e-mail não ficará visível
